A empresa FS, uma das principais produtoras de etanol de milho no Brasil, está se preparando para enfrentar um dos maiores desafios da indústria nos próximos anos: garantir a oferta de biomassa para cogeração de energia em suas usinas.
“A FS possui mais de 80 mil hectares de base florestal própria, em diferentes modelos. Temos autossuficiência para abastecer todas as nossas unidades com florestas plantadas, além do nosso plano de expansão”, afirmou o CEO da FS, Rafael Abud, em uma entrevista ao Raiz do Negócio, um videocast realizado através de uma parceria entre The AgriBiz e Infomoney.
Atualmente, a FS opera três usinas de etanol de milho em Mato Grosso e planeja concluir a construção da terceira usina em 2026. A empresa também tem projetos para mais duas unidades no mesmo estado.
A FS adota diversos modelos operacionais, incluindo parcerias para o cultivo de eucalipto com produtores locais, plantio em terras arrendadas e projetos com fundos florestais. Abud destaca que grande parte das florestas são rastreadas e certificadas para garantir acesso ao mercado internacional.
Abud também abordou o aumento da competitividade do etanol de milho, que possui um custo de produção entre 30% e 40% menor do que o etanol de cana. Ele prevê que, até 2028, o etanol de milho representará de 40% a 45% da oferta total de biocombustíveis no país.
Carbono negativo
O CEO revelou os planos da empresa para monetizar as toneladas de carbono que serão estocadas anualmente no solo em uma de suas unidades. A FS está desenvolvendo um projeto de bioenergia com captura e armazenamento de carbono (BECCS).
Abud mencionou diversas formas de monetizar o carbono, incluindo a comercialização de créditos de carbono, o uso de CBIOs e a venda de etanol para mercados que valorizam baixa pegada de carbono.
O executivo ressalta que o etanol está voltando a ganhar destaque no mercado global de combustíveis, com diversos países considerando o biocombustível como uma alternativa para a descarbonização do setor de transportes.
Abud destaca que, além da Europa, países como Japão, Índia, africanos, do Caribe e da América do Sul estão discutindo o aumento do uso de etanol. Ele acredita que o etanol está retornando como uma alternativa viável para reduzir as emissões de carbono.
Para conferir a entrevista completa de Rafael Abud, clique aqui.
O conteúdo original pode ser encontrado em The AgriBiz.